segunda-feira, 6 de agosto de 2007

TOMÉ...


- Não, eu não acredito!

Foi o que ele disse.
E entrou para a História como o símbolo do homem incrédulo. Mas Tomé não era de maneira nenhuma o ateu que muita gente pretende que tenha sido. Acreditara, e provavelmente ainda acreditava em Deus, mas a morte de Jesus deixara-o confuso! E como não ficar, diante de tudo o que vira? Acreditara no sucesso de Jesus e apostara nele. Dera o melhor de si por ele e pela causa. Deixara os seus; abandonara tudo, não se omitindo em nada, porque apostara nas idéias do novo Mestre!

E Jesus perdera.
Os inimigos tinham levado a melhor! Tinha sido bom enquanto durara, mas foi um sonho. Achou que não devia mais iludir-se. E deixou o grupo naquela mesma tarde.

Quando os companheiros vieram chamá-lo de volta, com a notícia da ressurreição, era normal que não acreditasse. Fora o único que usara a cabeça; assim pensava! Quando vira que não deu certo, fora coerente. Por que alimentar um sonho que acabava? Além disso, mulheres costumam guiar-se demais pelo sentimento. Maria de Magdala não vira coisa nenhuma... Era auto-sugestão. Impressão de mulheres...

Vendo que os outros insistiam, acabou por concordar. Mas impunha uma condição:
- Volto! Mas não me deixo iludir. Se não vir com estes olhos que a terra há de comer, se não tocar com esta mão e este dedo aqui, não acredito. Quero ver se ele de fato ressuscitou e se não é tudo ilusão de vocês.

E foi!
E Jesus o aceitou de volta, mas deixou claro que não admitia esse tipo de comportamento.
Tomé lhe dissera não, apesar de tudo o que tinha visto. Acreditara, mas só até um certo ponto! Impusera condições. E isso equivaleria a um gesto de incredulidade.

Assim era Tomé.
Será diferente dos cristãos de hoje?
Merece carregar o peso que a História lhe imputou?
Teríamos agido melhor?

Tomé!...

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